Prostatectomia Radical: tudo que você precisa saber !
A Prostatectomia Radical é uma cirurgia complexa com o intuito de remover completamente a próstata e tecidos adjacentes (vesículas seminais e gânglios linfáticos), indicada principalmente no tratamento de câncer de próstata localizado.

A Próstata é uma glândula presente no sistema genital masculino capaz de produzir um líquido que compõe o sêmen, conhecido como esperma, com o intuito de nutrir os espermatozoides. Esse esperma é ejaculado durante o ato sexual.
Essa cirurgia pode ser realizada através de vários métodos, sendo eles:
Cirurgia aberta
A cirurgia aberta (prostatectomia radical retropúbica ou perineal) é um método invasivo para a remoção da próstata, realizada por meio de uma incisão vertical de 8 a 10 centímetros abaixo do umbigo. Em situações raras, a incisão pode ser feita na região do períneo, abrangendo o reto ao escroto.
Embora seja uma técnica tradicional, tem sido progressivamente substituída por métodos laparoscópicos mais modernos. No entanto, em determinadas condições clínicas, ainda pode ser a técnica mais aconselhada.
Laparoscopia convencional
A cirurgia por via laparoscópica convencional é um procedimento minimamente invasivo e é realizada através de pequenas incisões na zona do abdômen, onde são introduzidas as ferramentas cirúrgicas necessárias para realizar a operação.
Esta técnica possui já alguns anos de desenvolvimento e permite efetuar a intervenção de forma menos invasiva, reduzindo as complicações do pós-cirúrgico e o tempo de recuperação após a cirurgia.
Laparoscopia robótica
A cirurgia por via laparoscópica robótica segue o procedimento da laparoscopia convencional, no entanto, os instrumentos cirúrgicos introduzidos nas incisões são manipulados por um sistema robótico, controlado pelo cirurgião.
Trata-se de uma técnica mais recente que permite uma melhor visualização em 3D dos tecidos e uma maior precisão na cirurgia, diminuindo também a perda de sangue, o tempo de recuperação e as complicações pós-cirúrgicas.
Como qualquer outro procedimento cirúrgico, a prostatectomia radical possuem risco, mesmo sendo baixo, de complicações graves, os quais devem ser levados em consideração, como:
- Incontinência urinária (IU);
- Disfunção erétil (DE);
- Sangramento após a operação;
- Infecção;
- Desenvolvimento de hérnia no local da incisão;
- Bloqueio do fluxo da urina;
- Outros.
Alguns desses riscos são temporários, entretanto outras complicações que possam surgir após o procedimento cirúrgico podem gerar impactos na qualidade de vida dos homens.
Incontinência Urinária
Sendo uma complicação comum após essa cirurgia, a Incontinência Urinária consiste na perda involuntária de urina, principalmente nas primeiras semanas após a retirada da sonda vesical de demora.Um dos tratamentos para resolução ou diminuição dessa perda é por meio do Treinamento Muscular do Assoalho Pélvico (TMAP) com exercícios diários, durante as primeiras semanas ou meses após a prostatectomia radical poderá auxiliar numa recuperação mais rápida da continência.
Em alguns casos a incontinência pode persistir, mas isso também está relacionado a outros fatores.
Confira tudo aqui sobre a Incontinência Urinária. (Acho legal colocar o link desse material – “Você sabe quais são os tipos de Incontinência Urinária ?”.)
Disfunção erétil
Uma das complicações que mais preocupam os homens é a disfunção erétil, essa que consiste na incapacidade do homem de ter ou manter a ereção satisfatória durante a relação sexual.
Essa complicação está relacionada aos nervos que foram lesados durante a cirurgia, não sendo possível precisar antes da cirurgia se esse homem terá impotência sexual e qual o agravamento.
Existem tratamentos disponíveis para reverter o problema, incluindo medicamentos, injeções, cremes, bombas de vácuo, próteses, entre outros.
Infertilidade
Essa cirurgia resulta na infertilidade masculina, visto que ao retirar os tecidos adjacentes, como as vesículas seminais, os espermatozóides continuam a ser produzidos, mas não permanecem viáveis devido à ausência de nutrição.
É importante esclarecer que, apesar disso, homens submetidos a essa cirurgia ainda podem ejacular, mas sem a presença de espermatozóides maduros capazes de realizar a fecundação.
Essa condição deve ser considerada no planejamento familiar, embora a maioria dos homens diagnosticados com câncer de próstata não tenham planos de ter filhos.